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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

DOWNLOADS APOSTILAS

     ETERNIDADE                                                                              PREDESTINAÇÃO 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

FEVEREIRO - 2013


Ministração da Palavra
FESTA DOS ADOLESCENTES - 
Vila Nova de Colares  - Serra -  ES  -  
Dia 24 de Fevereiro 2013
Tema:  (ver)
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domingo, 2 de dezembro de 2012

sexta-feira, 30 de novembro de 2012


O papel dos profetas  no Antigo Testamento
                                                                        Jeremias 1: 1-10


Como era o profeta do Antigo Testamento? 
Como a Igreja primitiva via esses homens
de Deus do passado e como exerceram
o dom de profecia?
Por que os livros dos profetas são chamados de maiores e ou menores? 
Qual a mensagem de cada um?
 
E hoje, existe ainda profeta?
 
Qual é o papel deles na Igreja?

Se você não tem as respostas, mas quer estudar este necessário e atualíssimo assunto, apanhe sua Bíblia e acompanhe-nos.
Deus nunca desamparou seu povo. Sempre deu-lhe líderes, reis, sacerdotes, profetas e pastores, porém a influência marcante foi exercida pelos profetas; seu trabalho consistia no ensino e ação. Vejamos.

I - O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO
a) O profeta -  O que poderia parecer mero descuido da Lei para o homem comum, era visto como um horrendo desastre pelo profeta, tal sua sensibilidade diante do pecado, Jr 2: 12, 13, 19. O profeta não somente ouvia a voz de Deus como sentia seu coração, Jr 6: 11; 20: 9. Tal sentimento era consequência de um estreito relacionamento com Deus, Am 3: 7; assim, compreendia melhor do que ninguém os propósitos de Deus para o povo com quem tinha um pacto.
b) A mensagem dos profetas normalmente continha advertências aos que colocavam sua confiança em outras coisas e não em Deus, tais como na sabedoria humana, Jr 8: 8, 9; 9: 23, 24; na riqueza, Jr 8: 10; na autoconfiança, Os 10: 12,13; no poder opressor;  em outros deuses.
Constantemente o profeta desafiava a falsa santidade  do povo judeu e tentava desesperadamente encorajar sincera obediência à Lei.
c) A dedicação - Os profetas eram homens totalmente dedicados a Deus. Detestavam o “meio" compromisso, a entrega parcial a Deus. A fidelidade ao Senhor deveria ser total. Isso implicava em esforçar-se para levar o povo a uma completa submissão a Deus. Os profetas não aceitavam uma sociedade injusta, mas lutavam pela manutenção dos princípios do pacto do Sinai e por eles davam a vida.  Condenavam especialmente a opressão social, ou seja, não admitiam que os mais ricos explorassem os que nada tinham, Am 4: 1. Também pregavam contra a bajulação aos abastados, usada para conseguir qualquer favor, Am 6: 1. Por esses posicionamentos, vemos que o povo de Deus tinha e tem de ser comprometido com o seu Deus e não com o homem. A mensagem profética é muito atual.

II - O PROFETA NA IGREJA PRIMITIVA
No Novo Testamento não há o ofício profético como havia no Antigo, mas há o dom de profecia,  1Co 12: 28, 29 e Ef 4: 11. Nessas passagens, o profeta é citado imediatamente após os apóstolos, e está associado aos mestres, como se vê na Igreja de Antioquia, At 13: 1. Eram também considerados alicerces (fundamentos) sobre os quais a Igreja foi edificada,  Ef 2: 20.
Os profetas do Novo Testamento tinham como função a proclamação e a predição; eram canais através dos quais Deus transmitia uma orientação especial à Igreja. Foi, por exemplo, o que fez Ágabo, At 11: 28; 21: 10 e 11; e Judas e Silas, At 15: 32. Esses homens, usados pelo Espírito Santo, tinham objetivos definidos em sua atuação, 1Co 14: 3; tornando-os responsáveis pela pregação da mensagem completa sobre o pecado e a salvação, alertando sobre a ira e a graça de Deus.
Os profetas do NT não eram fonte de novas verdades doutrinárias a serem absorvidas pela Igreja e sim expositores da verdade já revelada por Jesus e pelos apóstolos.  Eram dotados do dom sobrenatural de conhecer, e com a liberdade de revelar, os “segredos do coração humano”, 1Co 14: 24,25.
Para que o emocional e o humano não se impusessem ao divino, trazendo prováveis confusões, Paulo declara que outros cristãos experientes têm liberdade de julgar o que for profetizado, 1Co 14: 29; ou seja, qualquer declaração profética está sujeita a exame e só pode ser aceita se for achada na mesma linha dos ensinos dos apóstolos, 2Co 11: 4.

III - O PROFETA NA IGREJA HOJE
Não se pode perder a noção de que a responsabilidade da Igreja Local e a sua direção espiritual estão com o pastor, que é auxiliado pelos presbíteros, no que lhes cabe, e por todos aqueles que possuem talentos e dons. É isso que se interpreta com base no significado do próprio título “pastor” (bispo) como está em  At 20: 28.
Portanto, ao pastor cabe transmitir à Igreja as mensagens como diretrizes para o rebanho do Senhor. Segundo Ap 2: 1, 8 e 12, o pastor é o anjo protetor designado pelo Senhor para aquela localidade.  Logo, o que possui o dom de profecia deve alinhar-se com o pastor e ajudar a promover a paz e o crescimento do rebanho, 1Co 14: 33, repreendendo as distorções sem se intimidar com os que agem como Jezabel, Ap 2: 20.
Para concluir, precisamos deixar claro que os profetas canônicos existiram até João Batista, Mt 11: 13; mas no NT e, portanto, na Igreja, há o dom de profecia, que é concedido pelo Espírito Santo que habita no crente, 2Co 6: 16. Todo crente, e aí se inclui também o pastor, foi comissionado por Jesus, Mc 16: 15, para transmitir ou expor sua mensagem, segundo a Bíblia a apresenta, falando em nome de Deus.
A maioria dos homens ainda não conhece e nem vive essas verdades e o Senhor está esperando que seus pregadores se despertem e anunciem sua santa vontade.


PECADO

PECADO


Que é o pecado? Pecado é transgredir a lei de Deus. A Bíblia diz em 1 João 3:4 “Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia.” A Bíblia diz em 1 João 5:17 “Toda injustiça é pecado; e há pecado que não é para a morte.” 
O que é a lei de Deus? Deus escreveu a Sua lei com o Seu próprio dedo em tábuas de pedra. A Bíblia diz em Êxodo 20:3-17 “[1]Não terás outros deuses diante de mim. [2]Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam, e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos. [3]Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão. [4]Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou. [5]Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá. [6]Não matarás. [7]Não adulterarás. [8]Não furtarás. [9]Não dirás falso testemunho contra o teu proximo. [10]Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.” 

Os princípios básicos da lei de Deus resumem-se numa só palavra - Amor. A Bíblia diz em Mateus 22:37-40 “Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” 

O pecado sai de dentro de nós. A Bíblia diz em Marcos 7:20-23 “E prosseguiu: O que sai do homem , isso é que o contamina. Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez; todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem.” 
Ninguém é melhor que os outros porque todos pecamos. A Bíblia diz em Romanos 3:9-10 “Pois quê? 

Somos melhores do que eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem sequer um.” 
Sem Jesus, a consequência do pecado é a morte. A Bíblia diz em Romanos 6:23 “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” 
E se não tenho a certeza quais são os meus pecados? A Bíblia diz em Salmos 139:23-24 “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno.” 
Confesse os seus pecados a Deus e será perdoado. A Bíblia diz em 1 João 1:9 “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 
Há algum pecado imperdoável? A Bíblia diz em Lucas 12:10 “E a todo aquele que proferir uma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas ao que blasfemar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado.” 
Para simbolizar o nosso desejo de deixar o pecado devemos ser baptizados. A Bíblia diz em Lucas 3:3 “E ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados.” 

Se sente que é um pecador já sem remédio, que deve fazer? 
Primeiro, reconhecer o seu pecado. A Bíblia diz em Salmos 51:2-4 “Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.” 
Segundo, pedir que o seu pecado seja perdoado. Deus diz que pode começar uma vida nova. A Bíblia diz em Salmos 51:7-12 “Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que se regozijem os ossos que esmagaste. Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável. Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.” 
Terceiro, acreditar que Deus o perdoou e parar de se sentir culpado. A Bíblia diz em Salmos 32:1-6 “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo. Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Pelo que todo aquele é piedoso ore a ti, a tempo de te poder achar; no trasbordar de muitas águas, estas e ele não chegarão.”


Livros Apócrifos ou Não Canônicos


1. A palavra Apócrifo do grego apokrypha, escondido,  nome usado pelos escritores eclesiásticos para determinar, 1) Assuntos secretos, ou misteriosos; 2) de origem ignorada, falsa ou espúria; 3) documentos não canônicos.
2. Os livros apócrifos do Antigo Testamento (A.T.): Estes não faziam partedo Cânon hebraico, mas todos eram mais ou menos aceitos pelos judeus de Alexandria que liam o grego, e pelos de outros lugares; e alguns são citados no Talmude. Esses livros, a exceção de 2 Esdras, Eclesiástico, Judite, Tobias, e 1 dos Macabeus, foram primeiramente escritos em grego, mas o seu conteúdo varia em diferentes coleções.
Eis os livros apócrifos pela sua ordem usual:

I (ou III) de Esdras: é simplesmente a forma grega de Ezra, e o livro narra o declínio e a queda do reino de Judá desde o reinado de Josias até à destruição de Jerusalém; o cativeiro de Babilônia, a volta dos exilado, e a parte que Esdras tomou na reorganização da política judaica. Em certos respeitos, amplia a narração bíblica, porém estas adições são de autoridade duvidosa. O historiador Josefo é o continuador de Esdras. Ignora-se o tempo em que foi escrito e quem foi o meu autor.

II (ou IV) de Esdras: Este livro tem estilo inteiramente diferente de 1º de Esdras. Não é propriamente uma história, mas sim um tratado religioso, muito no estilo dos profetas hebreus. O assunto central, compreendido nos caps. 3-14, tem como objetivo registrar as sete revelações de Esdras em Babilônia, algumas das quais tomaram a forma de visões: a mulher que chorava, 9.38, até 10.56; a águia e o leão, 11.1 até 12.39; o homem que se ergueu do mar, 13.1-56. O autor destes capítulos é desconhecido, mas evidentemente era judeu pelo afeto que mostra a seu povo. (A palavra Jesus, que se encontra no cap. 7.28, não está nas versões orientais.) A visão da águia, que é expressamente baseada na profecia de Daniel (2º Esdras 12.11), parece referir ao Império Romano, e a data de 88 A.D. até 117 A.D. é geralmente aceita. Data posterior ao ano 200 contraria as citações do v. 35 cap. 5 em grego por Clemente de Alexandria com o Prefácio: “As­sim diz o profeta Esdras.” Os primeiros dois e os últimos dois capítulos de 2º Esdras, 1 e 2, 15 e 16 são aumentos; não se encontram nas versões orientais, nem na maior parte dos manuscritos latinos. Pertencem a uma data posterior à tradução dos Setenta que já estava em circulação, porquanto os profetas menores já aparecem na ordem em que foram postos na versão grega, 2º Esdras, 1.39, 40. Os dois primeiros capítulos contêm abundantes reminiscências do Novo Testamento e justificam a rejeição de Israel e sua substituição pelos Gentios, 2º Esdras, 1.24,25,35-40; 2.10,11,34), e, portanto, foram escritos por um cristão, e, sem dúvida, por um judeu cristão.

Tobias: Este livro contém a narração da vida de certo Tobias de Neftali, homem piedoso, que tinha um filho de igual nome, O pai havia perdido a vista. O filho, tendo de ir a Rages na Média, para cobrar uma dívida, foi levado por um anjo a Ecbatana, onde fez um casamento romântico com uma viúva que, tendo-se casado sete ve­zes, ainda se conservava virgem. Os sete maridos haviam sido mortos por Asmodeu, o mau espírito nos dias de seu casamento. Tobias, porém, foi animado pelo anjo a tornar-se o oitavo marido da virgem-viúva, escapando à morte, com a queima de fígado de peixe, cuja fumaça afugentou o mau espírito. Voltando, curou a cegueira de seu pai esfregando-lhe os escurecidos olhos com o fel do peixe que já se tinha mostrado tão prodigioso. O livro de Tobias é manifestamente um conto moral e não uma história real. A data mais provável de sua publicação é 350 ou 250 a 200 A.C.

Judite: E a narrativa, com pretensões a história, do modo por que uma viúva judia, de temperamento masculino, se recomendou às boas graças de Holofernes, comandante-chefe do exército assírio, que sitiava Betúlia. Aproveitando-se de sua intimidade na tenda de Holofernes, tomou da espada e cortou-lhe a cabeça enquanto ele dormia. A narrativa está cheia de incorreções, de anacronismos e de absurdos geográficos. É mesmo para se duvidar que exista alguma cousa de verdade; talvez que o seu autor se tenha inspirado nas histórias de Jael e de Sisera, Jz 4.17-22. A primeira referência a este livro, encontra-se em uma epístola de Clemente de Roma, no fim do primeiro século. Porém o livro de Judite data de 175 a 100 A. C., isto é, 400 ou 600 anos depois dos fatos que pretende narrar. Dizer que naquele tempo Nabucodonosor reinava em Nínive em vez de Babilônia não parecia ser grande erro, se não fosse cometido por um contemporâneo do grande rei.

Ester: Acréscimo de capítulos que não se acham nem no hebreu, nem no caldaíco. O livro canônico de Ester termina com o décimo capítulo. A produção apócrifa acrescenta dez versículos a este capitulo e mais seis capítulos, 11-16. Na tradução dos Setenta, esta matéria suplementar é distribuída em sete porções pelo texto e não interrompe a história. Amplifica partes da narrativa da Escritura, sem fornecer novo fato de valor, e em alguns lugares contradiz a história como se contém no texto hebreu. A opinião geral é que o livro foi obra de um judeu egípcio que a escreveu no tempo de Ptolomeu. Filometer, 181-145 A.C.

Sabedoria de Salomão: Este livro é um tratado de Ética recomendando a sabedoria e a retidão, e condenando a Iniqüidade e a idolatria. As passagens salientam o pecado e a loucura da adoração das imagens, lembram as passagens que sobre o mesmo assunto se encontram nos Salmos e em Isaías (compare: Sabedoria 13.11-19, com Salmos 95; 135.15-18 e Isaias 40.19-25; 44.9-20). É digno de nota que o autor deste livro, referindo-se a incidentes históricos para ilustrar a sua doutrina, limita-se aos fatos recordados no Pentateuco. Ele escreve em nome de Salomão; diz que foi escolhido por Deus para rei do seu povo, e foi por ele dirigido a construir um templo e um altar, sendo o templo feito conforme o modelo do tabernáculo. Era homem genial e piedoso, caracterizando-se pela sua crença na imortalidade. Viveu entre 150 e 50 ou 120 e 80, A.C. Nunca foi formalmente citado, nem mesmo a ele se referem os escritores do Novo Testamento, porém, tanto a linguagem, como as correntes de pensamento do seu livro , encontram paralelos no Novo Testamento (Sab. 5.18-20; Ef 6.14-17; Sab. 7.26, com Hb 1.2-6 e Sab.14.13-31 com Rm 1.19-32).

Eclesiástico: também denominado Sabedoria de Jesus, filho de Siraque. É obra comparativamente grande, contendo 51 capítulos. No capítulo primeiro, 1-21, louva-se grandemente o sumo sacerdote Simão, filho de Onias, provavelmente o mesmo Simão que viveu entre 370 - 300, A.C. O livro deveria ter sido escrito entre 290 ou 280 A.C., em língua hebraica. O seu autor, Jesus, filho de Siraque de Jerusalém, Eclus 1.27, era avô, ou, tomando a palavra em sentido mais lato, antecessor remoto do tradutor. A tradução foi feita no Egito no ano 38, quando Evergeto era rei. Há dois reis com este nome, Ptolonmeu III, entre 247 a 222 A.C., e Ptolomeu Fiscom, 169 a 165 e 146 a 117 A.C. O grande assunto da obra e a sabedoria. É valioso tratado de Ética. Há lugares que fazem lembrar os livros de Provérbios, Eclesiastes e porções do livro de Jó, das escrituras canônicas, e do livro apócrifo, Sabedoria de Salomão. Nas citações deste livro, usa-se a abreviatura Eclus, para não confundir com Ec abreviatura de Eclesiastes.

Baruque: Baruque era amigo do Jeremias. Os primeiros cinco capítulos do seu livro pertencem à sua autoria, enquanto que o sexto é intitulado “Epístola de Jeremias.” Depois da introdução, descrevendo a origem da obra, Baruque 1.1,14, abre-se o livro com três divisões, a saber: 
1)
 Confissão dos pecado. de Israel e orações, pedindo perdão a Deus, Baruque 1.15, até 3.8. Esta parte revela ter sido escrita em hebraico, como bem o indica a introdução, cap. 1:14. Foi escrita 300 anos A.C. 
2)
 Exortação a Israel para voltar à fonte da Sabedoria, 3.9 até 4.4.
3)
 Animação e promessa de livramento, 4.5 até 5.9. Estas duas seções parece que foram escritas em grego, pela sua semelhança com a linguagem dos Setenta. Há dúvidas, quanto à semelhança entre o cap. 5 e o Salmo de Salomão, 9. Esta semelhança dá a entender que o cap. 5 foi baseado no salmo, e portanto, escrito depois do ano 70, A.D., ou então, que ambos os escritos são moldados pela versão dos Setenta. A epístola de Jeremias exorta ou judeus no exílio a evitarem a idolatria de Babilônia. Foi escrita 100 anos A.C.

Adição à História de Daniel:O cântico dos três mancebos (jovens): Esta produção foi destinada a ser Intercalada no livro canônico de Daniel, entre caps. 3.23,24. É desconhecido o seu autor e ignorada a data de sua composição. Compare os versículo, 35-68 com o Salmo 148.
A história de Suzana: É também um acréscimo ao livro de Daniel, em que o seu autor mostra como o profeta, habilmente descobriu uma falsa acusação contra Suzana, mulher piedosa e casta. Ignora-se a data em que foi escrita e o nome de seu autor.
Bel e o dragão: Outra história introduzida no livro canônico de Daniel. O profeta mostra o modo por que os sacerdotes de Bel e suas famílias comiam as viandas oferecidas ao ídolo; e mata o dragão. Por este motivo, o profeta é lançado pela segunda vez na caverna dos leões. Ignora-se a data em que foi escrita e o nome do autor.

Oração de Manassésrei de Judá quando esteve cativo em Babilônia. Compare, 2º Cr 33.12,13. Autor desconhecido. Data provável, 100 anos A. C.

Primeiro Livro dos Macabeus: E um tratado histórico de grande valor, em que se relatam 05 acontecimentos políticos e os atos de heroísmo da família levítica dos Macabeus durante a guerra da lndependência judaica, dois séculos A.C. O autor é desconhecido, mas evidentemente é judeu da Palestina. Há duas opiniões quanto à data em que foi escrito; uma dá 120 a 106 A.C., outra, com  melhores fundamentos, entre 105 e 64 A.C. Foi traduzido do hebraico para o grego.

Segundo Livro dos Macabeus: É inquestionavelmente um epítome da grande obra de Jasom de Cirene; trata principalmente da história Judaica desde o reinado de Seleuco IV, até à morte de Nicanor, 175 e 161 A.C. É obra menos importante que o primeiro livro. O assunto é tratado com bastante fantasia em prejuízo de seu crédito, todavia, contém grande soma de verdade. O livro foi escrito depois do ano 125 A.C. e antes a tomada de Jerusalém, no ano 70 A.D.

Terceiro Livro dos MacabeusRefere-se a acontecimentos anteriores à guerra da independência. O ponto central do livro e pretensão de Ptolomeu Filopater IV, que em 217 A.C. tentou penetrar nos Santo dos Santos, e a subseqüente perseguição contra os judeus de Alexandria. Foi escrito pouco antes, ou pouco depois da era cristã, data de 39, ou 40 A.D.

Quarto Livro dos MacabeusÉ um tratado de moral advogando o império da vontade sobre as paixões e ilustrando a doutrina com exemplos tirados da história dos macabeus. Foi escrito depois do 2º Macabeus e antes da destruição de Jerusalém.
É, talvez, do 1º século d.C. Ainda que os livros apócrifos estejam compreendidos na versão dos Setenta, nenhuma citação certa se faz deles no Novo Testamento. É verdade que os Pais muitas vezes os citaram isoladamente, como se fossem Escritura Sagrada, mas, na argumentação, eles distinguiam os apócrifos dos livros canônicos. S. Jerônimo, em particular, no fim do 4º século, fez entre estes livros uma claríssima distinção. Para defender-se de ter limitado a sua tradução latina aos livros do Cânon hebraico, ele disse: “Qualquer livro além destes deve ser contado entre os apócrifos. Sto. Agostinho, porém (354-430 à.C.), que não sabia hebraico, juntava os apócrifos com os canônicos como para os diferençar dos livros heréticos. Infelizmente, prevaleceram as idéias deste escritor, e ficaram os livros apócrifos na edição oficial (a Vulgata) da Igreja de Roma. O Concilio de Trento, 1546, aceitou “todos os livros... com igual sentimento e reverência”, e anatematizou os que não os consideravam de igual modo. A Igreja Anglicana, pelo tempo da Reforma, nos seus trinta e nove artigos (1563 e 1571), seguiu precisamente a maneira de ver de S. Jerônimo, não julgando os apócrifos como livros das Santas Escrituras, mas aconselhando a sua leitura “para exemplo de vida e instrução de costumes”.

3. Livros Pseudo-epígrafosNenhum artigo sobre os livros apócrifos pode omitir estes inteiramente, porque de ano para ano está sendo mais compreendida a sua importância. Chamam-se Pseudo-epígrafos, porque se apresentam como escritos pelos santos do Antigo Testamento. Eles são amplamente apocalípticos; e representam esperanças e expectativas que não produziram boa influência no primitivo Cristianismo. Entre eles podem mencionar-se:

Livro de Enoque (etiópico), que é citado em Judas 14. Atribuem-se várias datas, pelos últi­mos dois séculos antes da era cristã.

Os Segredos de Enoque (eslavo), livro escrito por um judeu helenista, ortodoxo, na primeira metade do primeiro século d.C.

Livro dos Jubileus (dos israelitas), ou o Pequeno Gênesis, tratando de particularidades do Gênesis duma forma imaginária e legendária, escrito por um fariseu entre os anos de 135 e 105 a.C.

Os Testamentos dos Doze Patriarcasé este livro um alto modelo de ensino moral. Pensa-se que o original hebraico foi composto nos anos 109 a 107 a.C., e a tradução grega, em que a obra chegou até nós, foi feita antes de 50 d.C.

Os Oráculos Sibilinos, Livros III-V, descrições poéticas das condições passadas e futuras dos judeus; a parte mais antiga é colocada cerca do ano 140 a.C., sendo a porção mais moderna do ano 80 da nossa era, pouco mais ou menos.

Os Salmos de Salomãoentre 70 e 40 a.C.
As Odes de Salomãocerca do ano 100 da nossa era, são, provavelmente, escritos cristãos.
O Apocalipse Siríaco de Baruque (2º Baruque), 60 a 100 a.C.
O Apocalipse grego de Baruque (3º Baruque), do 2º século, a.C.
A Assunção de Moisés, 7 a 30 d.C.
A Ascensão de Isaiasdo primeiro ou do segundo século d.C.

4. Os Livros Apócrifos do Novo Testamento (N.T.): Sob este nome são algumas vezes reunidos vários escritos cristãos de primitiva data, que pretendem dar novas informações acerca de Jesus Cristo e Seus Apóstolos, ou novas instruções sobre a natureza do Cristianismo em nome dos primeiros cristãos. Entre os Evangelhos Apócrifos podem mencionar-se:

Evangelho segundo os Hebreus  (há fragmentos do segundo século);
O Evangelho segundo S. Tiaqotratando do nascimento de Maria e de Jesus (segundo século);
Os Atos de Pilatos.(Segundo século).
Os Atos de Paulo e Tecla (segundo século).
Os Atos de Pedro (terceiro século).
Epístola de Barnabé (fim do primeiro século).
Apocalipses, o de Pedro (segundo século).
Ainda que casualmente algum livro não canônico se ache apenso a manuscritos do N.T., esse fato é, contudo, tão raro que podemos dizer que, na realidade, nunca se tratou seriamente de incluir qualquer deles no Cânon.


Os Filhos de Deus e as Filhas dos Homens (Gênesis 6:1-8)


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                                   Introdução


As tentativas de se produzir uma raça superior não tiveram início com Adolf Hitler, nem terminaram com ele. Nossa geração parece ter uma fixação por super humanos. Super Homem, o Homem Biônico, a Mulher Biônica, Hulk, e muitos outros personagens da televisão contribuem para o mesmo tema. E o domínio desta super-raça não fica apenas no reino da ficção. É quase assustador perceber que os cientistas genéticos estão trabalhando seriamente para criar humanos melhores, enquanto que os abortos podem ser empregados sistematicamente para eliminar os indesejáveis. Outro dia, li um artigo no jornal que falava de uma organização que torna disponível para determinadas mulheres o esperma de ganhadores do Prêmio Nobel.
É muito mais difícil determinar as últimas conseqüências dessas tentativas do que encontrar sua origem. Seu início está registrado no sexto capítulo do livro de Gênesis. Devo dizer, à medida em que iniciamos o estudo destes versículos, que há mais discordância por centímetro quadrado deste texto do que em qualquer outro lugar da Bíblia. Em geral são os estudiosos conservadores que têm mais dificuldade com esta passagem. Isso é porque aqueles que não levam a Bíblia a sério, ou literalmente, se apressam em classificar este episódio como lenda. Os estudiosos conservadores precisam explicar este acontecimento de acordo com o que Moisés afirmou que ele era, um acontecimento histórico. Ainda que se levantem grandes diferenças na interpretação desta passagem, o assunto não é algo que seja fundamental - algo que afetará o conteúdo principal que dá base à salvação eterna de alguém. Aqueles dos quais discordo mais sinceramente, em geral, são meus irmãos em Cristo.

                         

Quem são os “Filhos de Deus”?

A interpretação dos versos 1 a 8 depende da definição de três termos chave: “os filhos de Deus” (versos 2 e 4), “as filhas dos homens” (versos 2 e 4) e os “nefilins” (verso 4). Há três interpretações principais destes termos que tentarei descrever, começando por aquela que, para mim, é a menos provável, e terminando com a que é a mais satisfatória.

1ª Opinião: A União dos Ímpios Cainitas com os Piedosos Setitas

Aqueles que sustentam esta opinião dizem que “os filhos de Deus” são os homens piedosos da linhagem de Sete. Eles acham que as “filhas dos homens” sejam as filhas dos ímpios Cainitas. E os “nefilins” são os homens ímpios e violentos que foram produzidos por essa união irreverente.
O principal suporte para esta interpretação é o contexto dos capítulos 4 e 5. O capítulo quatro descreve a ímpia geração de Caim, enquanto que o capítulo cinco nos mostra a piedosa linhagem de Sete. Em Israel, a separação era uma parte essencial da responsabilidade religiosa daqueles que verdadeiramente adoravam a Deus. O que teve lugar no capítulo seis foi uma transgressão dessa separação que ameaçou a descendência piedosa através da qual nasceria o Messias. Essa transgressão foi a causa do dilúvio que viria a seguir. Ele destruiu o mundo impiedoso e preservou o justo Noé e sua família, através dos quais a promessa de Gênesis 3:15 seria cumprida.
Embora esta interpretação tenha as características recomendáveis à explicação da passagem sem criar qualquer problema doutrinário ou teológico, o que ela oferece em termos de ortodoxia, o faz às custas de uma prática exegética aceitável.
Primeiro e mais importante, esta interpretação não fornece definições que surjam da passagem ou mesmo que se adaptem bem ao texto. Em lugar algum os descendentes de Sete são chamados de “filhos de Deus”.
O contraste entre a piedosa linhagem de Sete e a ímpia linhagem de Caim pode estar sendo superenfatizado. Não tenho absoluta certeza de que a linhagem de Sete, como um todo, fosse piedosa. Enquanto todos os des-cendentes da linhagem de Caim parecem ser ímpios, apenas um punhado de Setitas são chamados de piedosos. O que Moisés indica no capítulo cinco é que Deus preservou um remanescente justo através do qual Suas promessas a Adão e Eva seriam cumpridas. Têm-se a distinta impressão de que poucos foram piedosos nestes dias (cf. 6:5-7, 12). Parece que apenas Noé e sua família poderiam ser chamados justos na época do dilúvio. Teria Deus falhado em livrar qualquer outro que fosse justo?
Além disso, “as filhas dos homens” dificilmente poderiam ser restritas apenas às filhas dos Cainitas. No verso um Moisés escreveu “Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas” (Gn. 6:1).
É difícil concluir que estes “homens” não sejam os homens em geral ou a raça humana. Segue-se que a referência às suas “filhas” seria igualmente geral. Concluir que as “filhas dos homens” no verso dois é algo dife-rente, um grupo mais restrito, é ignorar o contexto da passagem.
Por estas e outras razões, devo concluir que esta opinião é exegeticamente inaceitável. Ainda que vá de encontro ao exame da ortodoxia, falha em submeter-se às leis da interpretação.

2ª Opinião: A Interpretação dos Déspotas

Reconhecendo as deficiências da 1ª opinião, alguns estudiosos procuram definir a expressão “os filhos de Deus” comparando-a com as línguas do Antigo Oriente Médio. É interessante saber que alguns governantes eram identificados como filho de um deus em particular. No Egito, por exemplo, o rei era chamado de filho de Rá
No Antigo Testamento, a palavra hebraica para Deus, Elohim, é usada para homens em posição de autoridade: “Então, o seu senhor o levará aos juízes que agirão em nome de Deus” (Ex. 21:6, seguido do comentário da NASV).
“Deus assiste em sua própria congregação; Ele julga em meio aos governantes” (literalmente, deuses, Sl. 82:1, cf. também 82:6).
Esta interpretação, como a dos anjos caídos, tem suas raízes na antiguidade. De acordo com esta abordagem os “filhos de Deus” são nobres, aristocratas e reis.
Estes déspotas ambiciosos cobiçaram poder e riquezas, e desejaram tornar-se “homens de renome” ou seja, célebres (cf. 11:4). Seu pecado não foi o “casamento misto entre dois grupos, ou entre dois mundos (anjos e homens), ou entre duas comunidades religiosas (descendentes de Sete e de Caim), ou de duas classes sociais (plebe e realeza) - mas esse pecado foi a poligamia.” Era o mesmo tipo de pecado que Lameque, o descendente de Caim, praticava, o pecado da poligamia, particularmente expresso na forma de um harém, instituição característica das cortes dos déspotas do Antigo Oriente Médio. Neste tipo de transgressão, os “filhos de Deus” com freqüência violavam a responsabilidade sagrada de suas funções como guardiães das ordenanças gerais de Deus para a conduta humana.
No contexto de Gênesis 4 e 5 encontramos algumas evidências que poderiam ser interpretadas como base à opinião dos déspotas. Caim fundou uma cidade e em seguida lhe deu o nome de seu filho Enoque (verso 4:17). As dinastias seriam mais facilmente estabelecidas num cenário urbano. Também sabemos que Lameque teve duas mulheres (verso 4:19). Apesar disto estar bem longe de ser um harém, poderia ser visto como um passo nessa direção. Também esta opinião define “as filhas dos homens” como mulheres e não como as filhas da linhagem de Caim.
A despeito destes fatores, esta interpretação provavelmente nunca teria sido considerada não fossem os “problemas” criados pela opinião dos anjos caídos. Enquanto os reis pagãos eram referidos como sendo filhos de alguma estranha divindade, nenhum rei Israelita era assim designado. É verdade que os nobres e algumas autoridades foram, ocasionalmente, chamados de “deuses”, mas não de “filhos de Deus”. Esta opinião prefere ignorar a definição precisa dada pelas próprias Escrituras.
Além disso, toda a idéia de homens famintos de poder, procurando estabelecer uma dinastia formando um harém parece forçada nesta passagem. Quem teria encontrado esta idéia no próprio texto, a menos que a impusesse sobre ele? Ainda, a definição dos Nefilins como sendo apenas homens violentos e tirânicos parece inadequada. Por que estes homens deveriam ser mencionados com deferência especial se fossem simplesmente como quaisquer outros daquela época? (cf. 6:11, 12) Apesar de a opinião dos déspotas ser menos violenta ao texto do que a opinião dos descendentes de Sete e de Caim, ela me parece ser inadequada.

3ª Opinião: A Interpretação dos Anjos Caídos

De acordo com esta opinião, os “filhos de Deus” dos versos 2 e 4 são anjos caídos, que assumiram a aparência da forma humana masculina. Estes anjos casaram-se com mulheres da raça humana (descendentes de Caim ou de Sete) e a descendência resultante foram os Nefilins. Os Nefilins foram gigantes com superioridade física que então se estabeleceram como homens reconhecidos por suas proezas físicas e seu poderio militar. Esta raça de criaturas meio humanas foi exterminada pelo dilúvio, junto com a raça humana em geral, que eram pecadores confessos (versos 6:11, 12).
Minha pressuposição básica na abordagem de nosso texto é que deveríamos deixar a Bíblia defini-lo em seus próprios termos. Se não são encontradas definições bíblicas então podemos olhar para a linguagem e cultura dos povos contemporâneos. Mas a Bíblia define o termo “os filhos de Deus” para nós.
“Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.” (Jó 1:6).
Outra vez “Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.” (Jó 2:1)
“Quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (Jó 38:7, cf. Sl. 89:6, Dn. 3:25)
Os estudiosos que rejeitam esta opinião prontamente reconhecem o fato de que o termo preciso é claramente definido na Escritura. A razão para rejeitar a interpretação dos anjos caídos é que tal opinião é tida como uma afronta à razão e às Escrituras.
Dizem que a principal passagem problemática é aquela encontrada no Evangelho de Mateus, onde nosso Senhor disse: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu.” (Mt. 22:29-30).
Falam que nosso Senhor disse que os anjos não têm sexo, mas, isto é mesmo verdade? Jesus comparou os homens no céu aos anjos no céu. Não é dito nem que homens nem que os anjos sejam sem sexo no céu, mas que no céu não haverá casamento. Não há anjos femininos com os quais os anjos possam gerar descendência. Nunca foi dito aos anjos “crescei e multiplicai-vos” como o foi ao homem.
Quando encontramos anjos descritos no livro de Gênesis, fica claro que eles podem assumir a forma humana, e que seu sexo é masculino. O escritor de Hebreus menciona que os anjos podem ser hospedados sem o co-nhecimento do homem (Hb. 13:2). Certamente os anjos devem ser bem convincentes como homens. Os homens homossexuais de Sodoma eram muito capazes para julgar a sexualidade. Eles foram atraídos pela “masculinidade” dos anjos que vieram destruir a cidade (cf. Gn. 19:1 e ss, especialmente o verso 5).
No Novo Testamento, duas passagens parecem se referir a este incidente em Gênesis 6, e dão base à opinião dos anjos:
“Ora, se Deus não poupou a anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno os entregou a abismos de trevas, reservando-os para o juízo.” (II Pe. 2:4)
“E a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do Grande Dia.” (Jd. 6)
Estes versos indicariam que alguns dos anjos que caíram com Satanás não ficaram contentes com seu “próprio domicílio” e então começaram a viver entre os homens (e mulheres) como homens. O julgamento de Deus sobre eles foi colocá-los em algemas de modo que não pudessem mais servir aos propósitos de Satanás sobre a terra como o fazem os anjos caídos ainda soltos que continuam a fazer sua vontade.
Os Nefilins são claramente mencionados como resultado dessa união entre os anjos caídos e as mulheres. Enquanto estudos da palavra produzem numerosas sugestões para o significado deste termo, a sua definição bíblica vem de apenas um outro único momento nas Escrituras, Números 13:33:
“Também vimos ali gigantes (Nefilins) (os filhos de Anaque são descendentes de gigantes), e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos.”
Entendo, então, que os Nefilins sejam uma raça de super-humanos que são o produto desta invasão angelical da terra.
Esta opinião não apenas se adapta ao uso bíblico da expressão “filhos de Deus”, como também é a mais adequada ao contexto da passagem. Os efeitos da queda foram vistos na ímpia descendência de Caim (capítulo 4). Ainda que Caim e seus descendentes estivessem “no bolso de Satanás”, Satanás conhecia as palavras de Deus em Gn. 3:15, de que através da descendência da mulher Deus iria trazer o Messias que o destruiria. Não sabemos se toda a linhagem de Sete foi temente a Deus. De fato, podemos supor o contrário. Somente Noé e sua família pareciam justos à época do dilúvio.
Gênesis seis descreve uma tentativa desesperada da parte de Satanás para atacar o remanescente piedoso que está relacionado no capítulo cinco. Enquanto um descendente justo é preservado, a promessa de salvação de Deus paira sobre a cabeça de Satanás ameaçando sua condenação.
As filhas dos homens não foram estupradas ou seduzidas. Elas simplesmente escolheram seus maridos da mesma forma que os anjos as selecionaram - pela atração física. Agora, se você fosse uma mulher qualificada naquela época, quem você escolheria? Escolheria um homem atraente e musculoso, que tivesse reputação por sua força e grandes feitos, ou aquele que parecia ser um fracote de meia tigela?
As mulheres ansiavam pela esperança de ser a mãe do Salvador. Quem seria o pai mais apropriado para tal criança? Não seria um “homem poderoso de renome”, que também seria capaz de se gabar da imortalidade? Alguns dos piedosos descendentes de Sete viveram aproximadamente 1000 anos de idade, mas os Nefilins não morreriam, se fossem anjos. E assim começou uma nova raça.

Deus Muda de Opinião?

Enquanto os versos de 1 a 4 destacam a invasão angélica no início de uma nova super raça, os versos 5 a 7 servem para informar que a raça humana em geral estava merecendo a intervenção destrutiva de Deus na história - o dilúvio. No entanto, é aqui que encontramos um problema muito sério, pois quase parece que Deus mudou de opinião, como se a criação do homem fosse um erro colossal de Sua parte. Vamos, então, colocar a questão “Deus muda de opinião?” Muitos fatores devem ser considerados.

Primeiro, Deus é imutável, não muda em Sua pessoa, em Sua perfeição, em Seus propósitos e em Suas promessas.

“Deus não é homem para que minta, e nem filho de homem para que se arrependa. Porventura tendo ele prometido não o fará, ou tendo ele falado, não o cumprirá?” (Nm. 23:19)
“Também a glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa.” (I Sm. 15:29, cf. também Sl. 33:11, 102:26-28, Hb. 1:11-12, Ml. 3:6, Rm. 11:29, Hb. 13:8 e Tg. 1:17).

Segundo, há passagens em que “parece” que Deus muda de opinião.

“Disse mais o Senhor a Moisés: Tenho visto este povo, e eis que é povo de dura cerviz. Agora, pois, deixa-me, para que se acenda contra eles o meu furor, e eu os consuma; e de ti farei uma grande nação... Então, se arrependeu o Senhor do mal que dissera havia de fazer ao povo.” (Ex. 32:9-10, 14)
“Viu Deus o que fizerem, como se converteram do seu mal caminho e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez.” (Jn. 3:10)
“Então o Senhor se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o Senhor... E o Senhor se arrependeu disso. Também não acontecerá, disse o Senhor Deus.” (Am. 7:3, 6)

Terceiro, nesses casos em que Deus “parece” mudar Sua opinião, uma ou mais dessas considerações deve ser aplicada.

A expressão “Deus se arrependeu” é um antropomorfismo, ou seja, uma descrição de Deus que assemelha as Suas ações às ações do homem. De que outra forma, então, o homem poderia entender o pensamento de Deus em termos e comparações humanas? O “mudar de opinião” de Deus pode ser a-penas a maneira de ver da perspectiva do homem. Em ambos os textos de Gênesis 22 (cf. os versos 2, 11-12) e de Êxodo 32, aquilo que Deus propôs foi um teste. Em ambos os casos, Seu propósito eterno não mudou.
Nos casos onde o julgamento ou a bênção são prometidos, pode haver uma condição implícita ou explícita. A mensagem pregada por Jonas aos ninivitas foi um desses casos:
“Começou Jonas a percorrer a cidade de caminho dum dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida. Os ninivitas creram em Deus e proclamaram um jejum, e vestiram-se de pano de saco, desde o maior até o menor. Chegou esta notícia ao rei de Nínive: ele levantou-se do seu trono, tirou de si as vestes reais. cobriu-se de pano de saco e assentou-se sobre a cinza. E fez-se proclamar e divulgar em Nínive: Por mandato do rei e seus grandes, nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem, os levem ao pasto, nem bebam água; mas, sejam cobertos de pano de saco, tanto os homens como os animais, e clamarão fortemente a Deus; e se converterão, cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?” (Jn. 3:4-9)
Jonas sabia que aquilo que os ninivitas esperavam era um fato. Eles clamaram por misericórdia e perdão, no caso de Deus poder ouvir e perdoar. Quando os ninivitas se arrependeram e Deus demonstrou piedade, Jonas pulou de raiva:
“Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado. E orou ao Senhor e disse: Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que se arrepende do mal.” (Jn. 4:1-2)
Jonas sabia ser Deus amoroso e clemente. A mensagem que ele pregou implicava numa exceção. Se os ninivitas se arrependessem, Deus os perdoaria. Isto é o que Jeremias escreveu, dizendo:
“No momento em que eu falar acerca de uma nação de ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se tal nação se converter da maldade contra a qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe. E, no momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino, para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante mim e não der ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria.” (Jr. 18:7-10)
Ainda que o decreto de Deus não possa ser alterado, devemos admitir que Deus é livre para agir à Sua escolha. Enquanto o programa de Deus pode mudar, Seus propósitos não “porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm. 11:29)
Deus prometeu levar seu povo à terra de Canaã. Devido à sua incredulidade a primeira geração não possuiu a terra, mas a segunda sim. Quando Jesus veio, ofereceu-se a Si mesmo para Israel como o Messias. A rejeição de Israel tornou possível oferecer o evangelho aos gentios. Apesar de tudo, quando os propósitos de Deus para os gentios forem cumpridos, Deus derramará Sua graça e salvação novamente sobre os judeus. O programa de Deus muda, mas não Seus propósitos (cf. Rm. 9-11).
d) Enquanto a vontade de Deus (Seu decreto) não pode e não muda, Ele é livre para mudar Suas emoções. Gênesis 6:6-7 descreve a resposta de Deus ao pecado humano. Pesar é a resposta de amor ao pecado. Deus não é estóico; Ele é uma pessoa que se regozija na salvação dos homens e em sua obediência, e que se aflige ante a incredulidade e a desobediência. Enquanto o propósito de Deus para a raça humana nunca mudou, Sua atitude sim. Certamente um Deus Santo deve sentir-se diferente com relação ao pecado e com relação à obediência. Esse é o ponto dos versos seis e sete. Deus é afligido pelo pecado do homem e suas conseqüências. Mas Deus cumprirá Seus propósitos independentemente disso. Ainda que tal ação tenha sido decretada desde a eternidade, Deus nunca se regozijaria nela, mas apenas lamentaria a maldade e a obstinação do homem.
Uma ilustração similar é a resposta emotiva de nosso Senhor no Jardim do Getsêmani (cf. Mt. 26:36 e ss). Desde a eternidade o Senhor tinha proposto ir à cruz para comprar a salvação do homem. No entanto, no momento em que Sua agonia se aproximava Ele temeu. Seu propósito não mudou, mas Sua emoção sim.

O Significado desta Passagem para o Antigo Israel

Para os antigos israelitas esta passagem ensinaria muitas lições valiosas. Primeiro, deu uma explicação adequada para o dilúvio. Podemos ver que esta super-raça foi eliminada. O dilúvio não foi apenas o jeito de Deus de julgar os homens pecaminosos, mas de cumprir Sua promessa de trazer salvação através do descendente da mulher. Se o relacionamento entre os anjos e os homens não tivesse sido interrompido, o remanescente piedoso teria cessado de existir (humanamente falando). Segundo, esta passagem ilustraria o que Deus disse à serpente, Adão e Eva: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente” (Gn. 3:15a).
Israel não ousava esquecer que ocorria uma intensa batalha, não apenas entre os descendentes de Caim e os de Sete, mas entre Satanás e o descendente da mulher. Enquanto nós estamos acostumados a tal ênfase no Novo Testamento, os antigos tinham poucas referências diretas a Satanás ou a seus assistentes demoníacos (cf. Gênesis 3, Deuteronômio 32:17, I Crônicas 21:1, Jó 1 e 2, Salmo 106:37, Daniel 10:13, Zacarias 3:1-2). Esta passagem seria uma vívida lembrança da precisão da Palavra de Deus.
Terceiro, ressaltava a importância de manter sua pureza racial e espiritual. O remanescente crente em Deus devia ser preservado. Quando os homens falharam em perceber a importância disto, Deus teve que julgá-los severamente. À medida em que a nação entrasse na terra de Canaã, poucas lições poderiam ser mais valiosas do que a necessidade de separação.

O Significado de Gênesis 6 para os Cristãos de Hoje

Apesar do Novo Testamento ter muito mais a dizer sobre as atividades de Satanás e seus demônios, poucos de nós parecem levar a sério nossa batalha espiritual. Nós realmente cremos que a igreja possa operar somente com o esforço e a sabedoria humana, ou com uma pequena ajuda de Deus. Com freqüência tentamos viver a vida espiritual pelo poder da carne. Encorajamos as pessoas a dedicarem suas vidas e a redobrarem seus esforços, mas falhamos em relembrá-las de que nossa única força é aquela que Deus nos dá.
A batalha travada entre os filhos de Satanás e os filhos de Deus (no sentido do Novo Testamento - Jo. 1:12, Rm. 8:14, 19) é ainda mais intensa hoje do que o foi nos tempos antigos. A condenação de Satanás está selada e seus dias estão contados (cf. Mt. 8:29). Vamos, então, nos revestir da armadura espiritual com a qual Deus nos equipa para a batalha espiritual que travamos (Ef. 6:10-20).
Segundo, vamos aprender que Satanás nos ataca com os mesmos instrumentos ainda hoje. Não conheço qualquer caso, em nossos dias, de anjos caídos invadindo a terra em forma humana para promover a causa de Satanás. Mas apesar disso Satanás trabalha sutilmente através dos homens.
“Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de se admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.” (II Co. 11:13-15).
Assim como Satanás procurou corromper os homens ao se revelar (ou melhor, a seus anjos) na forma de seres humanos superiores, hoje ele trabalha através dos “anjos de luz”. Nossa tendência é supor que Satanás só trabalha com eficácia através dos réprobos. Quase sempre esperamos encontrar Satanás num patético endemoni-nhado ou num traidor desesperado. É fácil atribuir tais tragédias a Satanás. Mas o melhor trabalho de Satanás, em minha opinião, seu trabalho mais comum, é através daqueles pregadores aparentemente éticos, devotos e religiosos que estão atrás do púlpito, ou assentados no Conselho, e falam sobre salvação como se falassem dos membros de um clube ao invés de almas, por meio das obras ao invés da fé. Satanás continua promovendo sua causa através dos homens que não são o que aparentam ser.
Finalmente, repare que Satanás faz seu melhor trabalho exatamente naquelas áreas onde os homens e mulheres colocam sua esperança de salvação. Quando os homens-anjos pediram as filhas dos homens em casamento eles pareciam ser os pais mais promissores. Se estas criaturas fossem imortais, então sua descendência também não o seria? Era este o jeito que Deus daria para revogar a queda e a maldição? Assim deve ter parecido àquelas mulheres. Isso é exatamente o que Satanás faz hoje. Oh, ele não está se promovendo através do ateísmo ou de outros “ismos”, mas ele encontra grande sucesso na área da religião. Ele coloca sua máscara mais piedosa e usa expressões religiosas. Não procura abolir a religião, apenas a anula retirando dela seu elemento essencial - a fé no sangue derramado de Jesus Cristo como substituto para os homens pecaminosos. Ele prontamente se unirá a qualquer causa religiosa, contanto que este ingrediente seja omitido, ou distorcido, ou perdido num labirinto de legalismo ou libertinagem. Tome cuidado, meu amigo, pois Satanás está no mundo da religião. Que maneira me-lhor de desviar almas e cegar as mentes dos homens (II Co. 4:4)?
Onde está sua esperança de imortalidade? Está na sua descendência? Esse jeito não funcionou para Caim. Está no seu trabalho? Deseja construir um império ou erigir um monumento ao seu nome? Não será o último. Todas estas coisas pereceram no dilúvio do julgamento de Deus. Apenas a fé no Deus da Bíblia e, mais especificamente, no Filho que Ele mandou, dará imortalidade a você e o libertará da maldição. O único jeito de se tornar um filho de Deus é através do Filho de Deus.
Jesus lhe disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo. 4:6)
 O problema mais sério com esta opinião predominante repousa no verso 4. Sob todos os aspectos, os gigantes (nephilim) e os homens poderosos (gibborim) são a descendência dos casamentos dos “filhos de Deus” com as “filhas dos homens”. Como Kline diz:
“De maneira nenhuma fica claro porque a descendência de casamentos mistos deveria ser Nephilim-Gibborim, no entanto estes devem ser entendidos dentro do alcance da interpretação possível... Mas sua (a do autor bíblico) referência ao ato conjugal e à gestação encontra justificativa apenas se ele estiver descrevendo a origem dos nephilim-gibborim. A menos que a dificuldade que se segue a esta conclusão possa ser superada, a interpretação do casamento misto da passagem deve ser definitivamente abandonada.”
Para resumir o problema: “Por que alguém encontra a espécie de descendência mencionada no verso quatro se estes foram apenas casamentos mistos?” Manfred E. Kober, Os Filhos de Deus de Gênesis 6: Demônios, Degenerados, ou Déspotas?, p. 15. Kober cita aqui Meredith G. Kline, “Divine Kingship and Genesis 6:1-4”,Westminster Theological Journal, XXIV, Nov. 1961- May 1962, p. 190.
 “No Egito o rei era chamado de o filho de Ra (o deus-sol). O rei Sumero-Akkadian era considerado descendente da deusa e um dos deuses, e esta identificação com a deidade remonta aos primeiros tempos, de acordo com Engell. Em uma inscrição ele é referido como “o rei, o filho de seu deus”. O rei Hitita era chamado “filho do deus-tempo”, e o título de sua mãe era Tawannannas (mãe do deus). Na região Semítica noroeste o rei era diretamente chamado de filho de deus e o deus era chamado de pai do rei. O texto Ras Shamra (Ugarítico) Krt se refere a deus como o pai do rei e o rei Krt como Krt bn il, o filho de el ou o filho de deus. Assim, com base no uso semítico, o termo be ne ha elohim, os “filhos de deus” ou “filhos dos deuses”, muito provavelmente se refira aos governantes da dinastia de Gênesis 6.” “Estudo exegético de Gênesis 6:1-4”, Journal of the Evangelical Theological Society, XIII, inverno 1970, pp. 47-48, como citado por Kober, p. 19.
    Num excelente artigo apresentando esta opinião, Kline escreve que antigamente predominava entre os Judeus a opinião de que os “filhos de Deus” de Gênesis 6 eram aristocratas, príncipes, e nobres, em contraste com as socialmente inferiores “filhas dos homens”. Desta interpretação veio a expressão, por exemplo, no Targum Aramaico (o Targum de Onkelos inverte o termo para “filhos dos nobres”) e na tradução grega de Symmachus (onde se lê “os filhos de reis ou lordes”) e é seguida por muitas autoridades judaicas até o presente.” Kober, pp; 16-17, referindo-se a Kline, p. 194.
      Kober, p. 16, citando Birney, p. 49 e Kline, p. 196.
       Por exemplo, W. H. Griffith Thomas, que mantém a opinião Cainita/Setita, diz:
“O verso 2 fala da união de duas linhagem pelo casamento misto. Alguns escritores observam a frase “filhos de Deus” como se referindo aos anjos, e isso é encorajado em outra passagem - cf. Jó 1:6; Sl. 28:1, Dn. 3:25 - e, de fato, em qualquer lugar das Escrituras, a frase invariavelmente significa anjos.” Genesis: Um Comentário Devocional (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1946), p. 65.
      Não é este cativeiro que os demônios temiam em Marcos 5:10 e Lucas 8:31?
     O fato dos nefilins serem mencionados depois do dilúvio significa que esta prática continuou depois do dilúvio? Alguns pensam que sim, enfatizando a frase “e também depois”(Gênesis 6:4). Se é assim, temos que dizer que esta prática não ameaçou a promessa de Deus naquela época. Ela só intensificaria a importância da não mistura de casamento com alguém dos cananeus, entre os quais os nephilins foram encontrados.
Pessoalmente, não acho que a super-raça tenha aparecido após o dilúvio. A expressão nephilim, como entendo, não é sinônimo desta, super-raça, mas a descrição dela. Refere-se simplesmente ao fato de uma grande estrutura física, justamente como outras expressões (“homens poderosos”, “homens de renome”), refere-se à sua reputação e poderio militar. Não acho que devamos encontrar criaturas super-humanas em Números 13:33, mas apenas gigantes. A palavra nefilim é então definida em Números por Moisés como se referindo a uma grande estatura física. Nenhum nome técnico é dado para a super-raça, apenas descrições que podem ser usadas em qualquer outro lugar para outras criaturas não angélicas.